Critica - sobrado e mucambos - "o pai e o filho"



Como já dito no outro post sobre o documento da obra (caso ainda não tenha visto aqui esta o link:  https://brasiliafro.blogspot.com/2019/04/documento-sobrados-e-mocambos-o-pai-e-o.html) O capitulo que contempla o conteúdo desse blog é o de numero 3 intitulado “O pai e o filho, que explora a transição do modelo de ensino do patriarcado rural, passando pelo ensino dos jesuítas até as modificações causadas com os aumentos dos centros urbanos e a chegada de Dom Pedro II ao poder.

O Capitulo explicita a distancia e o embate entre o menino e o homem, o primeiro passa, segundo o autor, pela fase angelical (até os 6 anos) até chegar na fase da razão ( dos 6 aos 13 anos) sendo essa última aquela que começa a intervenção dos poderes superiores, que são eles: o próprio pai, no patriarcado rural, sádico, que o autor compara a violência sofrida pelos filhos com as sofridas pelos escravos, não era tolerado questionamentos, não era tolerado questionar a autoridade paterna, faminta pelo ideal de justiça. A outra força foi a religião, que ao cuidar da educação dos pequenos, moldou-os em adultos obedientes ao mesmo tempo em que enfraqueceram a imagem do pai, a criança já não servia um mestre se ele se esse não fosse Deus, nesse caso a leitura dos jesuítas dele.

Algo que pode ser levantado aos para os dias atuais é a forma em que no ensino dos jesuítas foi criado uma dinâmica de rivalidade entre os meninos, a dinâmica de valorizar os melhores alunos pode ser comparado ao que paira nos ambientes dos cursinhos pré vestibulares, onde o discurso meritocrata anula qualquer individualidade ao tempo que estimula essa questão.

A criança negando sua meninice também é algo inerente ao seu tempo, é comum as crianças terem a vontade de crescer, de se enxergar parte da sociedade, mas também há o fator de a que realidade é exposta essa criança, que as vezes pode a chegar a estimular a precocidade da vida adulta
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A criança negra aqui nesse livro é pouco explorada, essa dinâmica da educação era de exclusividade das crianças brancas, são elas que recebem a educação formal, elas que passam pela graduação e que tem escolha de seu destino, já as crianças negras não possuem esse privilegio, a escravidão no patriarcado rural não dava a elas esse direito e após da libertação da escravidão seu espirito ainda paira sobre a sociedade atual, quando se ve  porcentagem da população negra com acesso a educação.
 
Gilberto Freyre mostra como a queda do patriarcado influenciou a educação infantil, a falta da população negra em seus relatos nada mais é que um reflexo de seu tempo, já que a mesma não tinha acesso a educação.

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